Evento realizado pelo CNJ, em parceria com o Observatório do Livro e da Leitura e Senappen, visa fortalecer as práticas sociais de leitura no sistema prisional brasileiro; em Sergipe, 1.081 internos participam da ação

As unidades prisionais de Sergipe participam da 6ª Jornada da Leitura no Cárcere, evento nacional promovido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em parceria com o Observatório do Livro e da Leitura, a Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen) e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). A iniciativa visa fortalecer as práticas sociais de leitura no sistema prisional brasileiro.
A ação teve início na última segunda-feira, 17, e segue até esta quarta-feira, 19, mobilizando pessoas privadas de liberdade em todo Brasil. Em Sergipe, 1.081 internos das nove unidades prisionais participam do projeto ao longo dos três dias.
A Jornada é um evento online, gratuito e realizado simultaneamente em todo o país, com participação presencial dos internos que acompanham, de dentro dos presídios, as transmissões ao vivo. Toda a programação é disponibilizada em dois formatos: ao vivo, durante os três dias do evento, e em versão gravada, que pode ser acessada posteriormente pelos inscritos ou pelas unidades prisionais.
A programação reúne especialistas, autoridades, escritores e egressos, promovendo debates, saraus literários e painéis sobre temas diversos, incluindo a questão da negritude no sistema prisional, onde pretos e pardos representam a maior parte da população carcerária, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Quem acompanha a ação nas unidades prisionais do Estado é a diretora do Núcleo de Reinserção Social da Secretaria de Justiça, Edjane Marinho. Para ela, a Jornada representa uma oportunidade concreta de promover mudança de perspectiva dentro do cárcere. “São três dias de diálogos, inspiração e trocas sobre como a leitura transforma vidas. O objetivo central da Jornada é fortalecer as práticas sociais de leitura no sistema prisional brasileiro, tendo como ponto de partida a resolução nº 391 do CNJ, que disciplina a remição da pena pela leitura”, destaca.
Segundo ela, tanto os inscritos pelo site para assistir às lives on-line, como quem acompanha de dentro dos presídios, receberão certificados. Um dos participantes é o interno J. S. A., 38 anos, que acompanha a Jornada pela segunda vez. Para ele, a iniciativa amplia horizontes. “A leitura ajuda a gente a ocupar a mente e aprender coisas novas. Participar da Jornada faz a gente enxergar que ainda dá para construir um futuro diferente”, conta.
Sobre a Jornada
Realizada desde 2020, a Jornada tem como diferencial levar conteúdo de fomento à leitura e promoção de atividades culturais para dentro das unidades prisionais, além da transmissão ao vivo para todo o Brasil. Em 2024, a iniciativa contou com a participação de 31.995 pessoas privadas de liberdade e policiais penais, de 340 unidades prisionais participantes de 19 Estados brasileiros.








