Produção de hortas e artesanato no sistema prisional auxiliam entidades filantrópicas

Atividades que visam a ressocialização dos apenados têm beneficiado pessoas que necessitam e que são atendidas por instituições, igrejas e movimentos

Uma ação com objetivo de ressocialização e que auxilia num importante trabalho filantrópico realizado por diversas instituições em Sergipe. Assim pode ser definido o programa de hortas e de produção de artesanato, que deriva do trabalho dos internos em diversas unidades prisionais, dentro do conceito de ressocialização aplicado pela Secretaria de Estado da Justiça e Defesa do Consumidor (Sejuc).

Em unidades como o Complexo Penitenciário Manoel Carvalho Neto (Copemcan) e o Presídio Semiaberto de Areia Branca (Presab), a produção de hortaliças já modificou inclusive o panorama das áreas adjacentes, cujos terrenos são utilizados para essa produção de coentro, cebolinha, alface, rúcula, tomate, entre outros itens.

“Aqui, eles aprendem esse manejo e a importância que uma ação dessas pode alcançar numa comunidade. Além do nosso consumo interno, nas refeições diárias, o volume de produção ainda atende a essa premissa de ajudarmos, através do nosso Serviço Social, entidades filantrópicas como a creche Almir do Picolé, diversas igrejas e movimentos que atendem aos mais necessitados”, explica o diretor do Copemcan, o policial penal D´klin Moreira.

Segundo ele, a partir dessa percepção produtiva, muitos internos compreendem que uma simples horta pode oferecer o sustento e um bom rendimento a uma família, com a comercialização desses alimentos produzidos de forma totalmente orgânica. “Aqui, também temos a oficina que produz artigos de marcenaria e artesanato, que doamos a diversas instituições, e é revertido para ações filantrópicas, evidenciando essa visão social”, complementa D´Klin.

Esse é o foco de outra unidade que vem iniciando a atividade, já com resultados promissores, o Presídio Semiaberto de Areia Branca, onde o trabalho vem sendo estruturado. “Iniciamos há pouco tempo, mas percebemos o grande potencial que tem essa atividade. Com a experiência obtida num trabalho como esse, há um grande aprendizado e uma perspectiva de uma atividade produtiva rentável para os internos que tenham interesse”, explica o também policial penal e diretor da unidade, João Marcos Campos.

A secretária de Estado da Justiça e Defesa do Consumidor, Viviane Pessoa, entende que a ressocialização dos apenados é uma das ações relevantes da pasta. “Acredito que a ressocialização, pelo trabalho, pelo estudo e pela motivação transformadora, é o caminho a ser seguido. Por isso, estamos intensificando essas ações, visando transformar a reclusão num período produtivo na vida dessas pessoas. Conheço exemplos exitosos nesse caminho, que pude acompanhar durante mais de 20 anos na Segurança Pública. E isso está como pauta do nosso Planejamento Estratégico, graças a uma visão de vanguarda do governador Fábio Mitidieri”, argumenta.

Última atualização: 17 de fevereiro de 2023 11:51.

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